sábado, 2 de outubro de 2010

Vida real!

No incansável processo de amadurecimento e auto-conhecimento descobri: contos de fadas não são para adultos. Adultos não se encantam com histórias lúdicas de finais felizes. Adultos vivem os filmes de ação, com tramas mirabolantes e algum sangue. Adultos não conhecem príncipes e princesas, só mocinhos(as) e bandidos(as). Nesse filme de gente grande, ainda pode ser possível alternar: as vezes bandido, as vezes mocinho. Eu tinha esquecido de virar adulta, e ainda me emocionava com meus contos de fadas. Uma certeza: vou sentir uma grande falta das historias de finais felizes. 'A linda rosa perdeu pro cravo'.





Trilha: Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores
Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho
Estou podando meu jardimEstou cuidando bem de mim

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Samurai

"De todo amor que eu tenho
Metade foi tu que me deu
Salvando minh'alma da vida
Sorrindo e fazendo o meu eu"
Comecei e apaguei mais de três vezes todas as construções frasais que consegui unir para escrever sobre você. Para mim, você é assim. Soberano às palavras, declarações. Nada parece ser capaz de te descrever, ou de descrever o meu sentimento. Transformar em texto o meu amor, minha admiração, minha saudade, sempre representa muito pouco perante a realidade.

Mas a saudade me roubou a alma esses últimos dias e eu, distante fisicamente, preciso me resolver com a folha em branco. Deve ser por estar chegando o feliz dia de comemorar mais um aniversario seu. Sei que, como você, não mantenho um relacionamento amigável com as datas e, algumas vezes até deixei passar em branco a importância do dia 3 de outubro. Não mais me permito isso!!

Sei também que datas simbólicas recheadas de apelo comercial não representam muita coisa pra você. Mas isso nem me importa, na verdade. São essas pequenas coisas que dão vida ao nosso espírito de igualdade recheado de diferenças. Para mim, ter o imenso prazer de comemorar mais um ano de vida seu representa muito mais que ganhar na loteria acumulada, se é que há condição de materializar. É a dádiva divina de te ter sempre por perto. Te observar, te curtir e assimilar, diariamente, seus mais fiéis valores. Tipo o clichê inteligente de que o aniversário é seu mas o presente ganho eu.

Provavelmente não conseguirei estar ao seu lado no seu dia, mas, daqui, brindarei sua existência. Reconheço que, para você, existir não é tão maravilhoso quanto para outros. A vida teima em não lhe dar trégua. Para alguns, ter dinheiro em quantidade considerável configura um bom motivo para ser feliz. Não você! Dinheiro ocupa apenas o espaço da segurança, da responsabilidade (e nem para você, mas para conosco). Você compõe o grupo da sensibilidade! São os sentimentos e sensações que pautam seu dia a dia. Ver e sentir na pele toda a maldade da qual o ser humano é capaz quando motivados por sentimentos medíocres, não deve ser fácil, não para você. Por isso, te agradeço.

Agradeço pelo seu poder de se reinventar diariamente por nós. Por sua batalha infindável por um mundo melhor, de pessoas mais dignas, menos burras. Apropriando-me dos mestres Jobim+Vinicius, “se todos fossem iguais a você, que maravilha viver”. Sua luta é sua vitória. E é isso que você é para mim, meu herói (como não se fazem mais atualmente), meu tão amado e idolatrado PAI.

Obrigada por me ensinar a ser gente, a ser do bem. Obrigada por me ensinar o valor das pequenas coisas, os detalhes. Obrigada pela inteligência transferida, pela desmedida dedicação. Obrigada por abraçar, inclusive financeiramente, todos os meus sonhos. Obrigada por todas as broncas que me fizeram (e fazem) evoluir e, muitíssimo obrigada, por desde sempre, pregar uma de suas mais fortes características: a sinceridade. Andar de mãos dadas com a verdade me faz gente. Por fim, obrigada por transformar o meu coração no meu maior legado. Meu orgulho e gratidão pela sua existência, seus ensinamentos, jamais caberiam nas mais fortes palavras.

Sei que, um dia, nascerão asas em mim e terei que voar para construir minha própria vida. Afinal, você sempre me disse que nos cria para o mundo. Vejo, a cada dia, essa realidade se aproximar, afinal, é a cruel lei da vida, não é? De todo modo, sei que quando este dia chegar, estarei pronta. Sua confiança no meu eu é o que me faz forte.

Meu desejo mais puro de felicidade a você, que sonhou com o meu nascimento desde a adolescência. Faço até o que não estiver ao meu alcance para você ser sempre mais, em tudo o que desejar.

Te amo sem medidas, sem limites, enquanto eu respirar. Meu Samurai, meu herói.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Troféu




Amigo, amiga, amigos... a palavra tem boa sonoridade e sai fácil da boca, mesmo quando a relação é recheada de mero coleguismo ou apenas afeição. Deve ser bem difícil definir o que é ser amigo. Seu conceito carrega o enorme fardo do juízo de valor, nossas crenças e experiências, e pra completar, ainda sofre alterações quando vamos subindo os degraus da maturidade. Ou pelo menos deveria ser assim.

Confesso que, tempos atrás, intitulava como ‘amigo’ pessoas que não cabiam ao rótulo. Hoje não me permito mais essa extravagância. E olhe que no caminho da maturidade ainda preciso percorrer um longo trajeto. Mas mesmo assim, essa mudança só pode ter sido, como sempre, arte do tempo. O tempo me fez compreender a força que vive implícita nessas 5 letras. No meu dicionário, amigo = troféu, e por isso, escolho bem a quem dedico o termo.

Pra ser meu amigo é necessário ultrapassar o significado universal apresentado por Michaelis**. Não basta ser apenas complacente, favorável, concorde. Precisa ser crítico, contrário, quando necessário. A divergência de opinião faz meu mundo girar. É mais do que ser afeiçoado, colega, defensor... é realmente muito mais do que “gostar de”.

Os que hoje eu chamo de meus têm espaço para interferir na minha vida. São os que a opinião me interessa e aos quais eu dedico um alto grau de admiração, de gratidão. São os lápis de cor que transformam o cinza em paisagem. Perto ou longe fisicamente, em questão apenas a confiança conquistada mutuamente.

Sinceramente, não misturo meus troféus de ouro com medalhas de acrílico. Bom ou ruim, justo ou não, certo é que não possuem o mesmo valor perante os meus olhos, muito menos ao meu coração. Agradeço aos céus por todos os que posso chamar de meus. São realmente dignos! E um pouco mais de clareza e qualidade de importância aos que expõem na prateleira o que não possui real valor.

Um salve aos meus! Amo demais, digo sem espaço para dúvida.



** a.mi.go adj (lat amicu) 1 Que tem gosto por alguma coisa; apreciador. 2 Aliado, concorde. 3 Caro, complacente, dileto, favorável. 4 Dedicado, afeiçoado. sm 1 Indivíduo unido a outro por amizade; pessoa que quer bem a outra. 2 Colega, companheiro. 3 Amador. 4 Amante, amásio. 5 Defensor, protetor. 6 Partidário, simpatizante. 7 Aliado”.
Trilha: Meu querido, meu velho, meu amigo. Seu passado vive presente nas experiências contidas nesse coração, consciente da beleza das coisas da vida. Seu sorriso franco me anima, seu conselho certo me ensina. Beijo suas mãos e lhe digo meu querido, meu velho, meu amigo. Eu já lhe falei de tudo mas tudo isso é pouco diante do que sinto... (RC)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Aonde Deus Possa me Ouvir

Sabe aquele dia que você dormiu de tanto chorar?

Eu amo esse vídeo, eu amo essa música e era tudo o que eu queria agora.



Aonde Deus Possa me Ouvir - Vander Lee

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Metade

Semana difícil, confesso. Os pensamentos e sentimentos tomam conta do humor, da energia, comprometendo o ânimo. Percebi, então, que me sinto um pouco menos feliz nesse momento... mas isso não configura um problema. Sou intensa em quase tudo. Não gosto do morno, do mais ou menos, não participo do grupo da dúvida. Comigo é ou não é. Mas em matéria de felicidade, acredito que é sempre melhor estar na metade. Sabe aquela conversa óbvia sobre equilíbrio? É por aí.
Na minha balança, estar na metade traduz um estado de bom humor e leveza constante, mesclado com doses de grandes felicidades e algumas tristezas. Não quero ser sempre feliz demais ou triste demais. Permear todas as sensações e aprender me parece mais inteligente.
A dor no coração de hoje, entretando, era esperada. Como um potinho que você sabe o tamanho e tá vendo-o encher dia após dia, até superlotar. Caberia a mim, talvez, não deixá-lo acumular tanta quinquilharia mas perdi o controle, ou talvez nunca tenha tido direito a esse comando.
Contudo, uma boa percepção. Possuo um potinho capaz de comportar as minhas dores e as dores do mundo. Uma boca capaz de inibir a fala do meu próprio coração para dar espaço ao ouvido que acalenta o coração de outrem, mesmo quando nada se ouve e de nada se sabe realmente. Às minhas dores, se soma uma pitada de angústia e a felicidade da descoberta dessa capacidade que, como ser humano que sou, não sei até onde será absolutamente capaz. Se for pra mim, quero permanecer assim. A sofrer quase só, me resolvendo entre livros, revistas, filmes e alguns neurônios, enquanto ofereço o meu melhor (com alguns deslizes, por favor) para contribuir com uma uma outra vida mais feliz. E que assim seja!
#now playing "Essa é a noite do poeta torto, flor de lótus na sarjeta. Sem lua, musa ou Deus que o guarde. Pulando a janela do contexto..." (Zeca Baleiro)

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Toda forma de amor


‘Liberdade na vida é ter um amor para se prender’, disse o sempre lido Fabrício Carpinejar. E eu? Nada mais tenho a acrescentar a essa afirmação. Entendo que o amor possui essa capacidade. Pelo menos o meu. Liberta trazendo sentido, congrega pela liberdade e sendo assim, por si só, se multiplica. Traz significado, direção.

Hoje desejo celebrar o amor. Na verdade, brindar seria um termo mais apropriado. Ao amor nosso, que tem um aroma docinho, porém não enjoado. Que faz de todo dia feriado e de cada passo, sorriso. E, felizmente, não é aquele sorriso social necessário para sempre se mostrar bem. É o sorriso que reescreve a lógica da distância, que afasta o medo do desconhecido, que integra. O sorriso do amor que renasce a cada beijo, se transforma a cada toque, e pretende, por desejo pessoal e intransferível, se manter aceso.

Agora, meu reflexo no espelho mostra duas imagens. E ele não tem prazo de validade. Até porque não mantenho um bom relacionamento com datas e números. Nem queria. Amor não se equaciona, não é representado por tabela, nem pede permissão ao calendário. Deve ser comemorado seja um ou 31. Janeiro, março ou junho. Entretanto, aos que se depararam com a disritmia do coração, um ponto de apoio no dia 12 para, quem sabe, o renascimento.

Preciso dizer que, se eu puder te desejar algo, te desejo esse amor. Esse que nasce por si só, sem nada a receber e muito a oferecer. Tal qual um dia, numa conversa há muitos anos atrás, meu Samurai descreveu. E esse é o meu amor, o nosso amor, recíproco, que merece ser celebrado todos os dias. Afinal, não há vida que se baste sem amor, seja ele qual for.

Feliz dia dos namorados a todos os amantes e amados.
#lovYu

Trilha: “Avassalador. Chega sem avisar. Toma, assalta, atropela. Vela de incendiar. Arrebatador! Vem de qualquer lugar. Chega nem pede licença, avança sem ponderar” (Lenine)

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Tatuagem


Certas coisas ficarão para sempre na memória da vida, da minha vida. Boas e/ou ruins, tenho sorte de possuí-las. Sabiamente me explicou o Sr. Walt Disney num trecho do Rei Leao: isso é viver, é aprender. Não sei se por comodidade, burrice ou bom coração, quase sempre apago as ruins do meu eu. E não é por querer, juro. Seria importante guardar certos sentimentos, daqueles bem mais ou menos, pra fortalecer a casca e não dedicar um sorriso fácil aos que já me fizeram mal. Mas enfim, vida que segue, a questão aqui é outra. E ela só diz respeito aos bons momento, fato.

Mesmo não possuindo uma memória de gênio, deles eu não esqueço. Revivo cada detalhe, cada bom sentimento, cada palavra. E alguns me são tão importantes, tão sinceros e singulares, que também faço questão que eles se façam presente no meu corpo, por toda a vida. Tatuagem.

'Samurai, família, amor'. Em japonês, escrito pelo MEU Samurai (o Dr. Edison Shinyti Haro), foi a primeira a ser gravada. Na costela, do lado direito, como deveria ser. Representando o meu tronco, minha base, meu lado direito. Não poderia ter melhores recordações, momentos e mais felicidade do que ao lado dos que são TODA a minha família. Os que eu sempre pude contar, e vou.

Tão importantes quanto serão as próximas duas marcações que farei nas férias de junho. Dois amores imensos. Diferenciados dos citados acima pelo simples e irrelevante fato de não compartilharmos do mesmo sangue. Bobagem, afinal eles também já são parte de mim. Um amor 'infinito', com o qual eu aprendi, cresci e também vi crescer. E um outro encontro indescritível, a lembrança que viverá em mim 'só enquanto eu respirar'. #prontofalei


terça-feira, 11 de maio de 2010

Aos vinte e dois


Há cinco dias atrás rompi com meus fantásticos 21 anos. Mudança de idade é, para mim, tal qual virada de ano. É revisão de ações, reflexão e planejamento. Faço isso e recomeço a contagem dos próximos 365 dias para a nova idade. Pode parecer psicopatia mas 'contar os dias' faz o meu tempo ser mais bem aproveitado. É como se eu pensasse o melhor pra cada dia, para que ele não passe em vão. Me dá náusea imaginar que posso chegar aos 30, olhar pra trás e ver que não fiz nada. Se bem que o medo do 'nada' já está parcialmente excluído. Por isso, olhando os dias riscados aos 21, sinto que esse meu método tá sendo super eficaz.


Combina comigo planejar, listar, programar. Posso gastar vários dias planejando coisas legais para as férias, uma programação exaustiva de estudo e trabalho, uma viagem sensacional ou a melhor surpresa pro Valentine's Day. Assim vou passeando pelos sonhos, em tardes cheias de núvens e canto de pássaros.


Admito que esse jeito de #viveravida dá trabalho. Passa longe da comodidade. Sou ativa, inquieta, impaciente. Quero fazer tudo, todo tempo. Aos 23, quero olhar para as folhinhas riscadas e ter história de verdade pra contar. E revisá-las na rede quando a lua ameaçar os primeiros sinais no céu. Quero continuar colecionando momentos. Por isso, não durmo e acordo seguindo o ritmo natural dos dias, da vida. Inovo! Não quero ser guiada pelo acaso, sempre. Não quero fazer tudo, como uma boa brasileira, 'de última hora'. E principalmente, não quero ter que inventar desculpas pra justificar tudo que deixei de fazer. Enganar aos outros é feio, mas enganar a si mesmo é burrice. E tenho dito!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Os assuntos, meu assunto!

Estava aqui pensando se escrever sobre variados assuntos é aquela coisa de 'ter cultura'. Falar sobre atualidades, desastres, política, economia, não desperta nenhum interesse em gastar 15 minutos do meu tempo (por aqui). Sei que muitos blogueiros criam suas páginas no intuito da popularidade. Nunca tive essa pretensão.

Sinceramente, e excluindo qualquer possibilidade de menosprezo no pensamento, pouco me importa se pareço desinteressante ou desatualizada. Por aqui, quero falar sobre mim. Meu modo de ver a vida e as outras vidas, meus sentimentos. Quero falar sobre minha rotina, meu horóscopo, os melhores shows, as mais fortes emoções, meus livros. Me interessam os filmes, as sensações.

Me movimento a partir do abstrato, que é bem concreto, na verdade. E deixo os fatos para a Exame, a Veja, a Época, a Carta Capital, a Caros Amigos e tantas outras que os esclarecem tão bem. Fico eu com os sentimentos e as diversas histórias que eu poderia narrar como contos do Sr. Walt Disney. E elas nunca serão encontradas nas revistas!

Troco a objetividade pela subjetividade. Os desastres naturais pelas diversas boas surpresas. Os maus tratos políticos pelos vários apelidos brilhantes. Todos os assuntos por um único assunto! E assim eu escrevo, muito e sempre, sobre todas as vezes que eu ouço as melhores declarações, os planos mais profundos, a entrega mais sincera e a vida super compartilhada! Essa sou eu, a minha vida, prazer.

domingo, 28 de março de 2010

Teatro dos Vampiros

Sempre precisei de um pouco de atenção
Acho que não sei quem sou, só sei do que não gosto
Nesses dias tão estranhos... fica a poeira se escondendo pelos cantos.

Esse é o nosso mundo
O que é demais nunca é o bastante
E a primeira vez é sempre a última chance
Ninguém vê onde chegamos
Os assassinos estão livres, nós não estamos

Vamos sair mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos estão procurando emprego
Voltamos a viver, como a dez anos atrás
E a cada hora que passa envelhecemos dez semanas

Vamos lá, tudo bem
Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite, ter um lugar legal pra ir
Já entregamos o alvo e a artilharia
Comparamos nossas vidas
Esperamos que um dia nossas vidas possam se encontrar

Quando me vi tendo que viver comigo apenas e com o mundo
Você me veio como um sonho bom
E me assustei, não sou perfeito
Eu não esqueço a riqueza que nós temos
Ninguém consegue perceber
E de pensar nisso tudo eu, homem feito, tive medo
E não consegui dormir

Ps: Pela milionésima vez eu tento e não consigo postar um vídeo aqui. Grata!

sexta-feira, 19 de março de 2010

Andar com fé eu vou...


Das minhas companhias constantes aqui em São Paulo, o sono nunca me deixou na mão. Usufruo bastante dessa válvula de escape que me conforta embalando sonhos bons. Assim parece que o tempo passa menos devagar, que já chega a hora do retorno, da calma, da segurança.


Eu escolhi vir pra SP pra estudar. Foi idéia, comprometimento e persistência única e exclusiva da minha pessoa. Só que preciso assumir: de fato, mudar de cidade nunca foi a minha maior felicidade. Não me enxergava longe da minha vida, pra começar uma outra, novíssima. Mas abandonei meu coração na decisão e parti pra ganhar o mundo, ou a pequena parte dele que me possa pertencer.


Não sou do tipo que se arrepende das decisões que toma, e isso vale pra essa também. Mas há os dias de fraqueza, e digo, não são poucos. Sou da escola do pensamento mas meu coração tá brincando de roda-gigante. Vivo duas vidas que vão alternando o ritmo da roda. Ao se preparar para o início da brincadeira, uma ocupou o carrinho do topo e a outra ficou com o lá de baixo. Logo nos primeiros giros os carrinhos conseguiram se equilibrar, lado a lado... e o operador da máquina deu uma trégua na brincadeira e deixou que eles assim permanecessem por algum tempo. Como o espetáculo da roda não pode parar, rapidamente ele pressiona o star para as vidas assumirem novamente seu momento de alto e baixo.


E assim vou seguindo, certa de que a fé não costuma falhar, aprendendo a conviver com coisas que nunca me atormentaram. Aqui os sentidos são diferentes. A culpa deve ser do frio, que chega congelando tudo, incentivando dores que o calor não me traz. E também não soa confortável saber que ainda vai ficar mais frio... por isso, viva ao sono!

#nowplaying {Tem dias que a gente acorda com medo do escuro, tem dias que a gente dorme sente-se seguro. Então quando a gente acorda e acende a luz pra ver...}

terça-feira, 16 de março de 2010

Ainda bem

"Nesse mundo de tantos amores, entre tantos anos... que sorte a nossa, hein? Entre tantas paixões, esse encontro, nós dois, esse amor"

Ps: Eu te amo


sexta-feira, 12 de março de 2010

10 minutos do meu tempo!

Sempre desconfiei que eu não tivesse um coração tão bom quanto imaginava. Isso porque um sentimento de pena tomou conta do meu coração com tanta força, que fiquei me sentindo mal. Pena não é o melhor sentimento que eu poderia dedicar a alguém, afinal sempre há uma pitada de deboche, um ar de superioridade àquele que recebe. Poucas vezes identifiquei esse sentimento com tanta clareza no meu coração... mas diante das circunstâncias é impossivel despertar, qualquer que seja, o menos nobre dos sentimentos nobres.
Já tinha falado sobre auto-afirmação por aqui? Acho que não né... então, sinto verdadeira pena de quem precisa disso. Mas, juro, uma pena boa, por pior que seja o sentimento. Auto-afirmação é o principal alicerce de uma pessoa insegura, fraca, medrosa. Na minha concepção, que não é lá grande coisa, confesso, nada pioraria mais essa situação. Me enganei! Essa necessidade ainda pode ser fundamentada em inverdades, que não são nem um pouco difíceis de perceber, fato.
Você nasce, apanha suas referências, dispõe de um mundo gigante pra se espelhar... e se torna uma bela merda de pessoa, que precisa construir a própria história sobre falsas situações, falsos sentimentos... e o pior, em detrimento de outrem. Isso mesmo, não basta fazer mal a si mesmo, ainda é necessário carregar o fardo de, no fundo do coração - por mais difícil que seja achar esse órgão dentro de si - lembrar que está esmagando o próximo pra levantar sua rocha. Será que uma pessoa dessas acredita realmente no que transmite? Na história que conta?
Espero ter merecimento e sabedoria para nunca me tornar uma pessoa dependente da auto-afirmação. O próprio se sente o rei do universo quando fala, pelo simples fato de achar que todos acreditam e que, sendo assim, tá por cima da carne seca. Só que na verdade, do outro lado da vida inventada, há os que encaram tudo como uma grande piada, sentam e riem.
Por isso desejo continuar do jeitinho que resolvi ser. Quero continuar a crescer, compreendendo e superando minhas próprias fraquezas. Estagnar não é um verbo que me acompanha. E ter muita força pra lutar, ganhando ou perdendo. E aí lembro de um dos meus ídolos M. Camelo: "olha lá quem acha que perder é ser menor na vida. olha lá quem sempre quer vitória e perde a glória de chorar."
Só mais uma observação... quem vive de passsado é museu! #ficaadica

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Domingo

A triste coincidência de hoje ser domingo 'talvez' nem seja a tal questão. O problema é que esse é um advérbio de dúvida, e sendo assim, meu sentimento teima em desenvolver uma relação com esse fato, descontruindo toda a boa imagem que eu guardava do dia.
Domingo sempre foi saudável para meu corpo e minha alma. Tudo tardava e o tempo corria. O sono ia até mais tarde, a praia brilhava a partir das 12h, o almoço já era jantar e o jantar quase era segunda-feira. Também servia para adiantar o livro da vez, atualizar a pilha de filmes, navegar pelos sites favoritos. Era resignação, voz suave e toque. Dia de análise, planos e renovação das energias para a semana que chegaria, nova e conhecida. Era multiplicidade, passeio no laguinho e violão na varanda!
Não é difícil, nem estranho, perceber que algo se perdeu no meio do caminho. Afinal, são 2174km de distância entre meu corpo e meu coração. Pra cá veio, com meu corpo, as recordações que fazem meu domingo ficar insosso. E isso se repete até o momento que um vôo de 3h30 transporta a outra parte que lá ficou, e aqui muito me falta. Chega e restaura o antigo sabor, acende o brilho e traz a paz. Mas aí o vôo retorna, separando novamente o que deveria ser conjugado. E, um pouco depois das 20h, torno a me despedir do coração e me conformo com o corpo e as novas recordações. O cérebro volta a reconhecer a famosa melancolia de um domingo chuvoso, onde tudo continua a tardar mas as horas já não correm mais. Elas teimam em se arrastar enquanto a saudade domina a leitura, os filmes, os sons. Não há plano, não há método, nem renascimento. Apenas a repetida revisão das cenas do fim de semana e o desejo de 'que o tempo voe, para que você retorne, pra que eu possa te abraçar e te beijar de novo'.
Trilha: "E a vida é mesmo coisa muito frágil, uma bobagem, uma irrelevância diante da eternidade do amor de quem se ama" [Nando R.]

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O fantástico mundo de uma mulher


Não gosto de viver uma vida normal, como a dos outros, e nem quero! A normalidade não é sentida, não arrepia. Deve ser como viver em preto e branco. Meu dia é tomado por aromas, sabores, cores e sons, que não costumam seguir o compasso da minha partitura. E mesmo no descompasso existe ritmo, letra e música. Por aqui, toda canção é samba e toda janela tem vista pro mar.

Claro que nem sempre foi assim, mas sinceramente, o que importa? Não vivo o passado e muito menos o futuro. Sou e vivo o hoje. Não aprendi a conjugar o futuro do pretérito e também faltei às aulas sobre contas de subtração. Meu negócio é somar. Gosto de ultrapassar a velocidade permitida, aumentar o volume, o ritmo. Sou movida pelo máximo, deve ser por isso que eu como tanto, e o máximo nunca tem fim. Mais paz, mais amor, mais sinceridade, mais harmonia, mais cumplicidade, mais respeito...

Há pouco tempo ganhei um apelido de ‘muitxo pequena’. E que saber? Devo ser assim, quase como uma criança. Coisas grandiosas não me enchem os olhos, não representam valor. Me dê um pacote de mentos de frutas vermelhas e saberá do que eu to falando. Aperte a minha mão quando começar a trovejar, me faça uma proposta irrecusável... me dê um abraço apertado.
Não coleciono inimigos e não dou abraço gelado, nem aceito. Pretendo permanecer ‘muitxo pequena’ mas sem deixar de crescer. Só não confunda! Meu mundo é feito de detalhes, não de retalhos. Ainda não cresci o suficiente para saber remendar, costurar e reconstruir. E se ainda assim achar que meu fantástico mundo é complicado demais, me encontre nos meus gestos, me sinta em todos os meus sabores e aromas, e me enxergue nas letras. Mas lembre que também já sei ler, e não só o que se escreve.
Listen: "Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a genteA gente muda o mundo na mudança da menteE quando a mente muda a gente anda pra frente. E quando a gente manda ninguém manda na gente" {GP}

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Cabana de palha

Cheguei na tela branca e não saiu nada. Odeio essa sensação. 26 letras e um cérebro temporariamente incapaz de desenvolver uma associação racional de idéias. Tenho que parar com essa mania de desabafar na tela branca, até ela se cansa dos dilemas da menina-mulher e se ausenta. É estranho porque não se trata apenas de vontade de escrever, sinto necessidade de organizar todo o desconforto que há. O sangue que corre pede palavras, frases, métrica, quem sabe. E enquanto ele vai fazendo seu caminho aqui por dentro, esbarra em alguns pensamentos pelos cantos mas teima em não carrega-los para compor a soma ao fim do percurso. Não tem sujeito, verbo, predicado. Nenhum norte ou algo que me dê sentido. Parto pra tentativa número dois. Já que não tenho sono vou para os tons, os sons, as rimas. A melodia nunca me abandona. Construo minha cabana de palha entre duas estrofes daquela música que me conforta, me inspira e peço proteção e sabedoria pra de cá. Entre um pensamento e outro o desejo de ter sido a autora daquelas frases que traduzem perfeitamente o meu momento. Fecho os olhos e sinto a noite passar. Posso ficar horas nesse transe, pensando, avaliando, desejando mas ainda posso recorrer a tentativa número três. Pego aquele bom livro de cabeceira recém-adquirido ou os discos 4 e 5 da última temporada de Lost que ainda não assisti, com uma bela bacia de pipoca com bastante leite condensado - reflexo de domingo unido a necessidade de tomar decisões. Um careta e 2l de coca-cola completam o pacote.
A trilha de hoje é qualquer coisa de Cesar Camargo e Pedro Camargo Mariano [juntos]. Sintonia perfeita, como deve ser, e espero.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Tudo novo de novo

Acho os egipcios um povo brilhante. Se não todos, pelo menos aqueles que tiveram a magnífica idéia de dividir o tempo em dia, mês e ano. Mesmo levando em consideração o fato de, na época, estarem preocupados apenas com a própria subsistência e nem aí para o resto do mundo, agradeço.
Poder delimitar o fim de um ciclo e o início de outro novinho em folha sempre revigora minha fé. Acho justa a possibilidade de recomeçar. Deixo pra trás um ano de muita reflexão, mudanças, apostas que não deram em nada, de cabeça erguida. De tanto calejar, aprendi. Dou o último suspiro do passado para dar lugar ao primeiro respiro do futuro. Ficaram todas as metades e, pra cá, carrego os sorrisos e tudo que parece valer a pena.
A mala está pronta e é enorme. O choro é de renascimento e rega as novas metas, sonhos e desejos. Me encontro no sonho. Deve ser por conta da minha incontestável mania de racionalidade. É a fonte do coração que não cessa dentro de mim, de tudo que eu almejo e sempre da forma mais perfeita. E isso não significa que eles não possuam erros mas que me acontecem do jeito como eu imaginei. Aí quando a racionalidade dá uma folga alguns sonhos viram desejo no momento em que os ponteiros se unem no topo do relógio.

Medos também compõem o pacote da virada, necessário. Não há coragem sem medo. Tudo isso é embalado por um incomparável sentimento de gratidão que, dentro de mim, sempre caminha lado a lado com a fé. Duas letras capazes de sustentar todo o meu ser. Não consigo imaginar pessoas completamente descrentes. Aceito que muitos podem não acreditar em divindades mas não ter fé é outra história completamente diferente. Não me imagino sem ela e, infelizmente, não a posso oferecer, nem doar, mas esta aí pra quem quiser tê-la.
Concordo que a vida contemporânea contribui consideravelmente para que a gente esqueça de olhar pra dentro e passe a viver como um barco deixando-se levar pela correnteza. Procuro não cair na emboscada da rotina, da vida moderna, e reforço esse esforço no dia um. Injeção de idéias, coragem pra mudar tudo que me parece metade e, possivelmente, deveria ter tido o ciclo encerrado no ano de trás, força mental ampliada, muito mais vontade de olhar pra mim, e pro que me traz paz.
Feliz ano novo pra vocês também!