quarta-feira, 30 de maio de 2012

Nova fase, nova vida!

Eu sei, não é a primeira vez que eu perco o caminho que leva até o mar. E por mais que inicialmente represente um susto, um apuro, é dessa colcha de retalhos que formamos nosso caráter. E cá estou a costurá-la novamente. Mudou, mudei, tudo… mas não todos.


Mudanças de fora pra dentro e de dentro pra fora. Mudei o cabelo, mudei o corpo. A única coisa que não mudou foi a vontade de ser feliz. Mudou até a disposição para escrever. Eu, que precisava de céu estrelado, voltei com a brisa entrando pela janela aberta e olhando para fora.


Fui dormir igual a todos os dias e acordei numa vida que não era minha. Um respiro do novo, do que há muito não via, e porque não dizer, do que não conhecia. Assustador, eu diria. Mas isso é assunto para outro dia.


Mudaram os lugares que eu freqüentava, mudou a posição de dormir. Mudou a rima. O coração, antes ocupado, agora tem espaço sobrando. Mudaram os compromissos diários, o trabalho, a disposição. Mudou o horário do despertador, mas não o do despertar.


Acordei! E dei adeus ao morno. Abri espaço para que o trilho, por hora desencaixado, voltasse pro lugar. Ganhei um bônus de felicidade. Daquelas que chegam sem você esperar, e muito menos querer, e escancaram o coração. E se todos pudessem saber como é bobo o coração de uma mulher...


As estações agora se revezam, mais rápido e inconsciente do que eu poderia imaginar. Tá sempre frio ou quente. Afinal, a dúvida tem gostinho de inverno. Mas a saudade… ah! a saudade. Essa tem o calor dos corpos que, por um momento, conseguem ocupar o mesmo espaço. Deve ser o trilho se organizando, só que em formato de montanha russa. Frio gostoso na barriga… daqueles que só alguém que te faz parar de respirar por alguns segundos consegue provocar.


Mudou a trilha sonora. Como diria Paulinho, o Moska: "é tudo novo de novo". E que essa novidade, que alimenta as borboletas que firmaram residência no meu estômago, chegue pra somar, dividir e multiplicar. Que me alimente em sonhos e me faça perder a hora. Que me tire do chão e tenha cheiro de flor! Que o frio trazido pela dúvida racional - sim! minha dúvida é assim - se transforme, no tempo certo, em segurança. E que a saudade continue sendo igual a de hoje, com cheirinho de nova, quente. Que chegue logo o dia em que a gente só precise do olhar para conversar, e como no cinema mudo, seja filmada a nova história.



Trilha: One and Only - Adele (sempre)


segunda-feira, 9 de abril de 2012

Contra o tempo

Eu ia falar sobre o tempo. Provavelmente sobre como ele é rei, daquele tipo bem cheio de caprichos. E travaria uma briga com ele, pelo simples fato de ele normalmente não compactuar com os meros mortais e seus planos o envolvendo. Besteira! Ele deve sim ser rei, mas da seara dos incompreendidos. Que não se importa em ser praguejado, e segue firme a fazer o melhor, sem a necessidade da compreensão de quem recebe suas graças. É para poucos aceitar o que não parece ser ou estar certo. Paciência! Ela é a verdadeira residência de todas as respostas. E, com certeza, firmou matrimônio com o tempo. O tempo, a paciência. Acho que nenhum casal se completa tanto quanto eles. E como todo casal deveria ser, cabe a cada um respeitar as particularidades do outro, para que juntos, tornem-se mais fortes.

Acho que nem Deus tem o domínio do tempo. Mas é de Deus ter paciência. Lento, rápido, feliz, triste, agitado, tranquilo. Tem tempo pra acertar, errar. Tem tempo pra tudo. Tem tempo até pra se perder. A paciência permite. Permite que cada um tenha seu próprio tempo e Renato Russo corroboraria comigo. Problemas só terão aqueles que desejam voltar no tempo, sem lembrar que ainda há tempo para refazer uma mesma história, a sua história, uma nova história. Estes, não reverenciam seus feitos, não compreendem sua boa intenção, e são submetidos a sua fúria. Aqui, Lulu é quem fica do meu lado, dizendo que "não há tempo que volte, amor. Vamos viver tudo que há pra viver, vamos nos permitir".

Se eu pudesse dar um conselho, diria: aceite os desejos do tempo. Do que passou e do que virá. Gaste-o lembrando do quanto ele é valioso e irrecuperável. Use-o para o bem, em qualquer circunstância. E não esqueça de que ele é extremamente fiel. Haja corretamente com ele e, com um pouco de paciência, será recompensado. Não é tão difícil quanto parece, basta acreditar. Eu, por exemplo, dedico um bom tempo da minha vida às músicas. E esta consegue expressar de modo brilhante o sentimento de hoje, e de sempre.

Soldado da Paz

Não há perigo que vá nos parar
Se o bom de viver é estar vivo
Ter amor, ter abrigo
Ter sonhos, ter motivos pra cantar
Ah! Ah!...

Armas no chão, flores nas mãos
Mas se o bom de viver é estar vivo
Ter amor, ter abrigo
Vivendo em paz, prontos pra lutar
Ah! Ah!...

O soldado da paz não pode ser derrotado
Ainda que a guerra pareça perdida
Pois quanto mais se sacrifica a vida
Mais a vida e o tempo são os seus aliados...

Uh! Uh! Uh! Uh! Uh!