segunda-feira, 9 de abril de 2012

Contra o tempo

Eu ia falar sobre o tempo. Provavelmente sobre como ele é rei, daquele tipo bem cheio de caprichos. E travaria uma briga com ele, pelo simples fato de ele normalmente não compactuar com os meros mortais e seus planos o envolvendo. Besteira! Ele deve sim ser rei, mas da seara dos incompreendidos. Que não se importa em ser praguejado, e segue firme a fazer o melhor, sem a necessidade da compreensão de quem recebe suas graças. É para poucos aceitar o que não parece ser ou estar certo. Paciência! Ela é a verdadeira residência de todas as respostas. E, com certeza, firmou matrimônio com o tempo. O tempo, a paciência. Acho que nenhum casal se completa tanto quanto eles. E como todo casal deveria ser, cabe a cada um respeitar as particularidades do outro, para que juntos, tornem-se mais fortes.

Acho que nem Deus tem o domínio do tempo. Mas é de Deus ter paciência. Lento, rápido, feliz, triste, agitado, tranquilo. Tem tempo pra acertar, errar. Tem tempo pra tudo. Tem tempo até pra se perder. A paciência permite. Permite que cada um tenha seu próprio tempo e Renato Russo corroboraria comigo. Problemas só terão aqueles que desejam voltar no tempo, sem lembrar que ainda há tempo para refazer uma mesma história, a sua história, uma nova história. Estes, não reverenciam seus feitos, não compreendem sua boa intenção, e são submetidos a sua fúria. Aqui, Lulu é quem fica do meu lado, dizendo que "não há tempo que volte, amor. Vamos viver tudo que há pra viver, vamos nos permitir".

Se eu pudesse dar um conselho, diria: aceite os desejos do tempo. Do que passou e do que virá. Gaste-o lembrando do quanto ele é valioso e irrecuperável. Use-o para o bem, em qualquer circunstância. E não esqueça de que ele é extremamente fiel. Haja corretamente com ele e, com um pouco de paciência, será recompensado. Não é tão difícil quanto parece, basta acreditar. Eu, por exemplo, dedico um bom tempo da minha vida às músicas. E esta consegue expressar de modo brilhante o sentimento de hoje, e de sempre.

Soldado da Paz

Não há perigo que vá nos parar
Se o bom de viver é estar vivo
Ter amor, ter abrigo
Ter sonhos, ter motivos pra cantar
Ah! Ah!...

Armas no chão, flores nas mãos
Mas se o bom de viver é estar vivo
Ter amor, ter abrigo
Vivendo em paz, prontos pra lutar
Ah! Ah!...

O soldado da paz não pode ser derrotado
Ainda que a guerra pareça perdida
Pois quanto mais se sacrifica a vida
Mais a vida e o tempo são os seus aliados...

Uh! Uh! Uh! Uh! Uh!