segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

dois em um

Não me acostumo à idéia de fraqueza. O corpo carrega um cérebro e um coração justamente para que os diversos conflitos que teimam em atazanar sejam resolvidos. Costumo me dar um prazo de dois dias pra me entregar intensamente ao sofrimento e no terceiro voltar a viver. É um ótimo condicionamento cerebral pra não se deixar entregar ao que te tira a fome.
O meu prazo está terminado ao acordar. Deve ser o motivo de eu ainda não ter ido dormir. Autossabotagem. Não é fácil permanecer imune ao telefonema de uma grande amiga que chora e pede para você não mudar de cidade. Ela - e as outras dezoito que me rodeiam - mal sabe o que vai significar saudade pra de cá. Sinto seu amargo sabor desde já e choro... baldes.
É estranho percorrer o caminho inverso. Os dias vão passando e a dor só aumenta. Pratico diariamente a criatividade, buscando formas de, mais uma vez, sabotar esse sentimento, esquecer o apego, a vontade de ficar... Pra piorar, outras decisões importantes que eu preciso tomar insistem em virar pauta no meu cérebro simultaneamente a todo esse processo de extrema sensibilidade. Não! Essa sensibilidade não consegue influenciar positivamente as outras decisões. Necessidade de autoproteção ampliada, fuga. Resolvi parar de pensar, medo do meu racional.
Por enquanto meu nome é interrogação e meu sobrenome é apego. Só há uma certeza. Essa sensação de fraqueza e dúvida foi uma das poucas coisas que conseguiu realmente me tirar do eixo, violentamente. Não gosto dela e superar é uma meta. Whatever, percebi que hoje não era um bom dia pra tirar conclusões, estabelecer parâmetros, nem decidir nada de coisa alguma. Agora vou dormir, já me sinto segura pra acordar. Ponto pra mim.
Trilha: "A qualquer hora o mundo pode confundir sua cabeça. É preciso ter amor pra enfrentar o que aconteça. Se é a pressão que impede de ter a cabeça boa. É preciso ter coragem e a aprender a voar..." [Natiruts]

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