segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Cabana de palha

Cheguei na tela branca e não saiu nada. Odeio essa sensação. 26 letras e um cérebro temporariamente incapaz de desenvolver uma associação racional de idéias. Tenho que parar com essa mania de desabafar na tela branca, até ela se cansa dos dilemas da menina-mulher e se ausenta. É estranho porque não se trata apenas de vontade de escrever, sinto necessidade de organizar todo o desconforto que há. O sangue que corre pede palavras, frases, métrica, quem sabe. E enquanto ele vai fazendo seu caminho aqui por dentro, esbarra em alguns pensamentos pelos cantos mas teima em não carrega-los para compor a soma ao fim do percurso. Não tem sujeito, verbo, predicado. Nenhum norte ou algo que me dê sentido. Parto pra tentativa número dois. Já que não tenho sono vou para os tons, os sons, as rimas. A melodia nunca me abandona. Construo minha cabana de palha entre duas estrofes daquela música que me conforta, me inspira e peço proteção e sabedoria pra de cá. Entre um pensamento e outro o desejo de ter sido a autora daquelas frases que traduzem perfeitamente o meu momento. Fecho os olhos e sinto a noite passar. Posso ficar horas nesse transe, pensando, avaliando, desejando mas ainda posso recorrer a tentativa número três. Pego aquele bom livro de cabeceira recém-adquirido ou os discos 4 e 5 da última temporada de Lost que ainda não assisti, com uma bela bacia de pipoca com bastante leite condensado - reflexo de domingo unido a necessidade de tomar decisões. Um careta e 2l de coca-cola completam o pacote.
A trilha de hoje é qualquer coisa de Cesar Camargo e Pedro Camargo Mariano [juntos]. Sintonia perfeita, como deve ser, e espero.

Um comentário:

Carol Madureira disse...

É isso, amiga... e viva os tons, os sons, as rimas... companheiros de sempre! Beijos... saudades de vc!